quinta-feira, 30 de junho de 2011

Texto endereçado a ninguém

Hoje quis escrever um texto endereçado a ninguém. Um texto cheio de nuances e de indiretas, boas e más. Um texto com verdades. Escritas da forma mais sutil possível. Um texto sem coragem de ser dito aos quatro ventos, nem de se manter calado. Um sentimento que é secreto, mas fofoqueiro. Uma decepção que é viva, mas lacônica.

Esse texto teria outras palavras queridas. E algumas doloridas. Seria doce nos termos e amargo no sentido. Seria um abraço com um grito no ouvido. Um aperto de mão que dói. Um beijo pós-café. Seria até Augusto dos Anjos, mas com mais Anjos do que Augustos. Viria num papel velho, mesmo sendo recente. Não seria assinado por falta de necessidade. Não seria endereçado porque não ia haver mais de uma carapuça a se vestir.

Esse texto está mais ou menos escrito no meu pensamento. Está mais ou menos escrito em um blog. Mas está muito mais escrito na minha pele, que ardeu até virar cicatriz e, por não ter endereço, ficou com o dono.

Lucas.

domingo, 5 de junho de 2011

Coffee Break

Era um sábado meio morno e parcialmente amargo, com no máximo uma colher de chá de açúcar. A mesinha de esquina daquela cafeteria era a minha favorita, e de vez em quando, por ventura, eu parava lá, mas não naquele dia. Havia um casal que discutia aos berros e que me fez pensar se é melhor ser servido quente ou gelado.

Lembro bem que a moça gritava incontrolavelmente, como se tivesse bebido 1400 mg de cafeína. Dizia saber que ele passeava com outra menina e que ela era mulata, dengosa e cheirosa. Lembro também de ele se desculpar dizendo que era só uma amiga, que o mais próximo que chegaram foi algo como um aperto de mão e meio abraço. E aí que aconteceu a monstruosidade. Em um surto que, de certo, foi desesperado, a moça pegou com vontade uma xícara que eu conhecia a muito tempo e jogou contra a parede, despedaçando uma antiga amizade minha.

Olhando aquilo tudo de meu pires de porcelana, me coloquei a pensar como os humanos são mesquinhos. Eu mesma já tinha passado por muitas lavouras. Centenas de pessoas já tinham colocado em mim a boca e bebido com prazer o café que eu proporcionava. Isso nunca diminuiu o deleite em seus olhos e o suspiro que exalavam. Era por isso que eu me perguntava por que tantos clientes insistiam em ter um outro só pra eles. Mas, depois de tanto refletir entre uma bandeja e outra, eu consegui colher uma resposta.

Os humanos tem um buraco profundo. Um tão vasto vazio, que eles precisam encher com alguma coisa e, muitas vezes, essa coisa é alguém. De repente, eles começam a achar que precisam desse par para ser um só; e esquecem que eram um só antes disso. É um problema que ando chamando de “O outro sou eu”. É uma ideia tão maluca que tenho até vergonha de vir aqui compartilhar.

Outro dia eu descobri que os próprios humanos sabiam do que eu estava falando. Eles usam palavras diferentes para falar sobre isso: ciúmes, traição e fidelidade. Sempre com um “meu” antes de tudo, falavam “meu namorado e amante”. Até hoje, acho graça disso. Continuo eu aqui, completando o meu vazio com café e servindo as bocas repletas de outras línguas. E os humanos continuam lá, enchendo o vazio com apenas um alguém, que vai embora depois.

Lucas, em conto/crônica para cadeira de Redação Jornalística 4.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Neuro-exército

Existem aquelas dores que não perecem. Que marcham ao nosso lado, convidando-se a tomar o arbítrio, quando assim for conveniente. Essa autoridade é um trauma de infância ou trauma de adulto. É algo que foi, ou alguém que foi, ou até um tempo desaparecido ou uma grande decepção. Sempre há esse anti-herói que está pronto para nos colocar em situações que nos deixam sem mãos, ou braços ou pernas. E sem cabeça.

E, por mais arteiros que sejam os marinheiros do meu navio, e todos os motins que a anarquia lhes permite, são eles, que a meu mando, navegam dois ou três oceanos repletos de marinhas monstruosidades e intemperanças pluviais. Minhas dores e medos são meu exército, que diariamente deseja assumir o controle de meu Estado. E para cada soldado das minhas faculdades mentais, e cada guerreiro de minha sentimentalidade, dou um bom dia dedicado, mostrando todos os dentes, oferecendo um pedaço de pão do meu café da manhã.

Porque eu sei, que ao final do dia, quando eu estender meu corpo em um leito duro ou macio, são esses mesmos soldados que me fazem dormir em paz na dor. Ou, até mesmo, em dor na paz.


- Dedico esse texto ao meu pai, que é a maior saudade que eu sinto na vida.


Lucas.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Guernica




As pessoas me costumam ser telas em branco.
Eu, completamente manchada pela vida, como alguém saída de um campo de paintball,
tento deixar meus olhos e a minhas mãos limpas,
para quando vir alguém inédito, poder fazê-lo sem macular a pretensa inocência
e virtude que cada um carrega.

O problema é que atualmente eu tenho me defendido com as palmas das mãos abertas,
protejendo os meus olhos. E aí, vai ser preciso muito para enxergar cada nova tela
sem o ardor da tinta na vista, sem sentir meus vermelhos sofridos ao tocar.

Cada vez mais meus quadros me vêm pintados com as mesmas cores que colorem
todo mundo e que me atingem. E essas não são cores bonitas.
Me sinto numa galeria de Guernicas nesse mundo, com tanta gente assustada,
com cores tão feias. Meus quadros me vêm cada vez mais Guernicas,
meus quadros eu nao consigo pintar.
Nina

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Aridez

"Assim como as atividades de ler e escrever, quando em excesso, são prejudiciais ao pensamento próprio, as de escrever e ensinar em demasia também desacostumam os homens da clareza e profundidade do saber e da compreensão, uma vez que não lhes sobra tempo para obtê-los. Com isso, quando expõem alguma idéia, a pessoa precisa preencher com palavras e frases as lacunas de clareza em seu conhecimento. É isso, e não a aridez do assunto, que torna a maioria dos livros tão incrivelmente entediante. Pois, como podemos supor, um bom cozinheiro pode dar gosto até a uma velha sola de sapato; da mesma maneira, um bom escritor pode tornar interessante mesmo o assunto mais árido".


Schopenhauer, sobre a arte de escrever.


Desde já, fica a dica.



quarta-feira, 9 de março de 2011

17 de janeiro

"Me alinhei ao lado dos humildes e descobri que não era bastante humilde para ficar junto deles, falsa a minha curvatura, falso o despojamento.

Me alinhei ao lado dos fortes e vi que não era suficientemente forte para sustentar por mais tempo aquela arrogância, representava planar sobre os outros porque acreditei que assim não seria esmagada pelo rolo compressor.

Teria que subir acima desse rolo, pisar nele - Ah, Meu Deus, mas era isso que eu queria? Não, também não era isso.

Quis ficar só para ser verdadeira, agora queria apenas ficar só e então sonhei que era uma rainha num coche desgovernado, em vão chamei por alguém que eu sabia por perto, onde? E o coche rodando para trás, para os lados, sem cavalos e sem cocheiro.

Consegui descer e encontrei uma gata cor-de-mel com seu gatinho, me aproximei enternecida, e o pai? Perguntei e apareceu um leão de juba desgrenhada e olhar de pedra. Corri, tinha uma mulher na casa mas a mulher gesticulava e não podia fazer nada enquanto o leão ia fechando o cerco, acordei com as pisadas na retaguarda.

Mas quem me detesta tanto assim para me atacar até no sono? Quis saber e nesse instante vi minha imagem refletida no espelho."

metáforas de lygia fagundes telles para yuri assis

segunda-feira, 7 de março de 2011

Duras críticas

crio um blog
ou apenas um post
bem anônimo
teço críticas.

creio que criticando
moverei opiniões
à contrariedade
desse senso comum

do machismo
do egocentrismo
do paraquedismo
desse outro que pousou onde não deveria e ali continuou por tempo indeterminado.

teço críticas porque faria melhor
o que ele faz em seu pior
teço críticas para abrir os olhos
que vão se fechar de choro.

e aí, críticas lidas, não lidas, ditas lidas,
estarei ao lado, com uma caixinha de klenex
esperando que se enxergue na minha crítica o meu amor.

...

pena!
não tem por que esperar,
nem tecer duras críticas.
a primavera na ilha
será partilhada por outro.

resta a mim continuar escrevendo críticas:
ao amor, à dor, à flor,
à rima pobre, que vá!

(a crítica da autocrítica nunca será escrita por pena minha)


Nina, que achou que esse poema merece duras críticas. Critiquem, afinal, BLOG é para isso.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

J'ai trouvé des amis


J'ai trouvé des amis
Man trouvé des amis
J'leur ai donné un peu d'mon âme
Man un peu d'ma vie, oui !
Si tu savais tout c'que j'leur ai pris...
J'ai trouvé des amis
Man trouvé des amis


Eu encontrei amigos, canção tão linda, tão linda, que eu quis deixar de amor por aqui.
Nina.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Não se case tão cedo.

A aliança é de ouro, e de ouro é a espera.

O tempo é outro, os trinta são os novos dezoito.

Não case tão cedo.


Espere um pouquinho, para a gente casar junto

Eu, você, seu marido e o meu, sua esposa e a minha,

De brinde os nossos filhos, nosso PhD,

A gente divide até o bolo de casamento.


E daí a gente divide a juventude até lá,

Divide a estrada,

Divide o apoio,

divide um vinho de vez em quando.


Espera um pouco antes de fazer a cerimônia,

E faz uma lua de mel consigo,

Ou duas, ou três,

E volta pra me contar.




Nina, que não escreveu esse texto para Aline.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Kairos

Chocolates gosto-de-geladeira (ou quem guarda com fome, o rato come)

Não gosto de quem deixa pra comer chocolate especial em data especial. Compra ou ganha uma caixa de lindt e diz “vou guardar pruma ocasião”. Uma ocasião, uma oportunidade para matar a água na boca que surgiu ao ganhá-lo.

Aí guarda na geladeira, e o chocolate pega gosto de geladeira, e o tesão já foi quando, naquele jantar-ocasião, você abre o chocolate, finalmente, e come. Ou não come, porque ele foi comido antes do jantar-ocasião, pela visita que (como você) adora! aquele chocolate.


Vivendo o depois agora

Tem gente que deixa pra viver o agora depois. Salva o hoje para vivê-lo plenamente amanha. O amanha mais próximo é o hoje, e vivendo desse modo, as pessoas postergam suas vivências sem perceber.

Kairos

Existe um deus para o tempo oportuno. Os gregos o chamam de Kairos, e ele é representado por um homem com asas nos pés e nas costas, uma tesoura na mão direita, cabelos longos na frente do rosto, embora o resto de sua cabeça seja careca.

A alegoria da forma do Deus representa a fugacidade do momento oportuno. O deus passa pelos homens sempre a correr, e quem avista nele a sua oportunidade deve pegá-lo pela frente, por seus cabelos, porque quando ele passe, não há como alcançá-lo novamente.


Para ouvir e pensar: Le Temps, de Tryo

Para assistir e pensar: Paris, Je T´Aime - Place de Fêtes


Nina, fervorosa devota de Kairos.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Nó d´Edelweiß


Há poucos dias foi dia de São Valentim. A única mensagem que recebi foi retribuída não por mim, mas pelo mundo.

Retribuí a minha mensagem de São Valentim ao colher duas flores para dar para a pessoa em questão, equilibrei ambas no ônibus. Estava eu de pé, e aí vagou uma cadeira, ao lado de uma menininha.

Sentei, a menina olhou para as minhas flores. Dei uma para ela, e ela sorriu de volta. Ficou fazendo bem-me-quer, mal-me-quer com a flor que eu dei. Fez que era um esguicho de perfume, e disse à mãe que estava perfumada. Eu e ela sorrimos, sem dizer nada, a viagem inteira.

E hoje, finda a história da menininha e sua flor, uma moça passa pela janela do meu trabalho, olha para mim, faz uma pausa da caminhada, volta e sorri, e continua andando. Eu retribuo o sorriso, e continuo a trabalhar.

Escuto umas batidas na porta, e quando atendo é a moça da janela. Ela me diz "oi, bom dia... olha, nem conheço voce, mas eu te vi um dia desses no onibus" - ai eu vi que ela tava com uma flor na mão, que nem aquela do dia de São Valentim - "e vi que voce deu uma flor dessa para uma menininha" e eu "é, é!" e ela "pois é, a gente vê assim, era uma menina mais carente, ela ficou olhando a sua flor" e eu "é, eu tava com duas", e ela "é, e ela ficou tão feliz em receber, né?" e eu "é"

"continue assim", disse a moça para mim.


esse tipo de gentileza e atenção, da minha flor, do elogio da moça que eu nem sei o nome, de ela ter percebido meu ato, são essas as coisas que nos levam a viver. São por essas coisas pelas quais vale à pena viver. É pelo nó na garganta que eu senti, ao escrever esse texto e perpetuar o nó que senti de manhã com o reconhecimento da moça.

Vale a vida pela gentileza entre os homens, quase inexistente porque hoje eles se degladiam por não dar flores, não receber sorrisos, não repassar a gentileza que recebem, de um jeito ou de outro, em viagens de ônibus de meios de semana.

Nina, que dá flores a amigos e a desconhecidos.
Na foto, o Edelweiß que proporcionou toda essa história.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Silêncio

Sem chau; Sem recado, nem aviso. Sem telefonema, nem SMS, sem e-mail. Sem devolver as chaves, sem buscar a escova de dente. Sem desculpas, nem justificativas. Sem acusações e motivos. Sem um tapa, sem soco, nem gritos. Sem mentiras, nem verdades. Sem diretas e indiretas. Sem abraços, ou beijos, ou apertos. Sem bom dia, nem palavrão. Sem olhares, ouvidos e bocas. Sem vinganças, mas sem piedade. Sem direitos e deveres. Sem sinais.


Apenas adeus.


Lucas.



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Cinépoème

La vie est belle:

L´argent de poche,

Les poupées rousses,

L´amour en fuite,

Et après,

Le libertin.


Nina, que dedica esse poema (composto de nomes de filmes) a quem o compreender e aos cinéfilos .

sábado, 5 de fevereiro de 2011

O Inferno

Nos tempos coloniais, Palenque foi o santuário de liberdade que, selva adentro, escondia os escravos negros fugitivos de Cartagena das Índias e das plantações da costa colombiana.

Passaram-se os anos, os séculos. Palenque sobreviveu. Os palenqueiros continuam acreditando que a terra, sua terra, é um corpo, feito de montes, selvas, ares, gentes, que respira pelas árvores e chora pelos arroios. E também seguem acreditando que, no paraíso, são recompensados aqueles que desfrutaram a vida, e no inferno são castigados aqueles que não obedeceram a ordem divina: no inferno ardem, condenados ao fogo eterno, as mulheres frias e os homens frios, que desobedeceram as sagradas vozes que mandam viver com alegria e paixão.

Eduardo Galeano, na Escola do Mundo ao Avesso.

Nina, que espera que ninguém arda no inferno, aqui ou lá.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Técnica metafórica

vou copiar e colar silêncios
e sincronizar a fala dele
no meu silêncio.


nina.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

exaustor

estava cansado porque corria sem ter medido antes a distância do percurso, e, uma vez dada a largada, era obrigatório seguir sem desfalecer naquele ritmo acelerado. estava correndo num fôlego desmedido, e quando pensava não ser possível uma chegada tão longe, as raias da pista indicavam que havia muito chão para correr. talvez estivesse indo para uma sagração muito divina e muito além que recompensasse com a notoriedade necessária a quem não precisa mais que sossego, que recompensasse o sangue o suor a preocupação. corria porque viver não era preciso mas chegar num lugar legal mais ou menos idealizado no mais escondido sonho, aquele que a gente não ousa sequer admitir a si mesmo, no entanto procede em persegui-lo. corria voraz apesar do cansaço até que então tropeçou numa dor e era uma dor tão confusa, dessas que pega a gente de surpresa, tipo quando se bate o cotovelo na quina da estante, o joelho no tampo da mesa. era dessas dores que a gente tem quando corta o pé o dedo, espeta na roca no espinho, fica com medo de tirar o resto de qualquer coisa que ali entrou, mas também não consegue dormir porque lateja, incomoda, lhe obriga a mudar a posição que melhor embala seu sono.

parou por necessidade. o coração não cabia em si. estava sujo, e percebera isto pela primeira vez. sentia, entretanto, os olhos da plateia que acompanhava sua queda. por vício, levantou-se, dessa vez em outro compasso, mais vagaroso. via passar os concorrentes, pensou em seguir na correria, mas a ferida lhe apertava. ouvia vaias? que fosse. o fôlego chegou ao final. parou. quem sabe na próxima corrida tivesse mais sorte.

yuri
(pra ler bem rápido)
(e sem critério)

domingo, 9 de janeiro de 2011

Poeta mecânico 1.1


Tivesse minha máquina um grito,
Estaria o grito aqui, neste papel
A poesia é criada como havia predito,
Ensinei-lhe a imitar um menestrel

Assim, vejo o mundo mais bonito,
Mais doce do que o mais puro mel,
Pois ela grita por todo o infinito,
Sobre sentimento, fraterno ou infiel

Mas como ela não escreve, nem digita
Não pensa, não sente, só imita,
Este grito... É da máquina ou meu?

Não importa, já não mais omito,
A chave da poesia não é o grito,
Pois o sentimento... É o teu.


Este soneto foi escrito por um software, uma máquina, um algoritmo. O
texto está inerte até que o leitor o interprete e tire daí um
sentimento, emoção ou significado.

O software foi feito com um dicionário de rimas, um thesaurus e
algumas linhas de código utilizando técnicas de inteligência
artificial. Foi alimentado com dezenas de poesias famosas, buscou
formar versos aleatoriamente dentro de um tema e recebeu uma ajudinha
minha na exclusão de versos ruins e na manutenção da coerência.

Criei este programa para lembrar que o sentimento não depende tanto de
quem escreve, mas principalmente de quem lê. Fiz a tal “parada
contraditória, aleatória e dadaísta” de “gerar poesia do computador”.

Henrique Borges, postado por Nina.