sábado, 30 de janeiro de 2010

Andrea Doria


Deve ser algo exclusivamente meu... Não, não posso ser tão pretensiosa.
Quiçá um sentimento do mundo, guardado em baús enferrujados e somente eu tive coragem de abrir... Tampouco, não seria capaz desta façanha.
Sensação de poucos, muitos ou somente minha, a realidade é que percebo o quão difícil é "dever favores". Chamo de Favores aquelas confidências trocadas por pessoas que veem no outro uma extensão de si mesmos. Funciona da seguinte maneira: eu te conto minhas mazelas, você me conta as suas. Eu guardo seus segredos e você, os meus.Trocamos favores.
Mas, e se algum dia você não se sentir confortável para contar seus pequenos mistérios, ou a outra pessoa passar a não te considerar confiável, o que fazer com os favores de outrora?
As possibilidades são infinitas: jogar pela rua, num cesto de lixo, num navio afundado, num pequeno caderno aberto em cima da mesinha de cabeceira.
Ou esquecer.
Uma pena que a última possibilidade fica apenas no mundo das ideias.

"Quero ter alguém com quem conversar. Alguém que depois não use o que eu disse contra mim."


[Tali, sobre sua tentativa de autossuficiência em favores. ]

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Balança? Balanço.


"quando eu e aline chegamos no céu, nós viramos pros milagreiros de lá, e competitivas que somos, pedimos uma balança. dissemos 'quando éramos vivas, essa daqui dizia pra mim que eu não podia amar ela mais do que ela a mim. e eu tô aqui, pra medir e provar ela errada.' o anjo achou aquilo muito briga de casal, indicou uma casa tipo 'ferreira costa' angelical, e disse que lá tinha balança de precisão do amor, e que a gente conseguiria comprar e medir. lá fomos eu e aline, já tinhamos apostado lindor - no céu eles crescem em arbustos - que ‘o meu é maior, o meu é maior’, dizíamos. e compramos nossa balança de precisão, e sentamos uma de um lado, outra do outro - a balança era de precisão, mas era old fashioned - e ficamos lá para cima, para baixo, para cima, para baixo. o amor nem de uma nem de outra era maior. o dela crescia, o meu também, e ultrapassava o dela. que ultrapassava o meu, e o meu o dela, pouquinho a pouquinho, naquele sobe e desce de balanças e crescente de amor."