terça-feira, 30 de junho de 2009

da maior importância

- nem me apresso em explicar-me.
- não. de novo não.
- de novo não o quê?
- esse seu jeito sonso de virar o jogo e fazer a vítima.
- qual o quê? o problema em você.
- que seja, que seja, que seja...
- você me comprou escorpião. devia saber.
- te esperava intensa. não astuta.
- que seja, que seja, que seja...
- só porque netuno e mercúrio estavam em conflito e não pude, então, arriscar uma intuição.
- qual nada. o problema em você. e tenho dito. teu jupíter se opondo a saturno lhe endurece o juízo.
- me dá siso.
- perde teus risos. dissolve o que germina em alegria.
- ...
- sumiu outra estrela. sentiu?
- não. de novo não.
- de novo não o quê? o problema em você?
- oxalá na próxima encarnação teu peixes evite uma casa 6. vá pro inferno com sua crítica!
- sou bicho imprestável, podre desde a raiz. todo lugar me concede controle. iniciaste perdendo.
- viu meus cigarros?
- hein?
- VIU MEUS CIGARROS?
- pra quê esse áries gritando?
- tá sabendo que eu cansei? vou pular fora.
- SAGITÁRIO-GEMÊOS! vai te foder com esse impulso impensado!
- que seja, que seja, que seja... quer um? é mentolado.
- me venha sem saber/se sou fogo/ou se sou água
- pro inferno com angela rô rô! vai ou não, querer os cigarros?
- não, de novo não. de novo não o quê?
- o problema em você. assim é que amo.
- como?
- nem me apresso em explicar-me.
- que seja, que seja, que seja... seja.

yuri

A triste história da menina que se chamava Tréia.

Era uma vez uma menina que se chama Tréia. Sem brincadeira. A mãe dela conseguiu ser assim, tão estúpida. Por falar nisso , por que sempre culpam a mãe, e não o pai, pelos nomes horrorosos que colocam nos filhos? Acho que é uma questão machista mesmo. Ou porque mães é que compram aqueles dicionários de nome, não sei.

O que importa é que o nome da menina era Tréia. Quando tinha 5 anos, ela ganhou seu primeiro apelido: diarréia. Todos riam da pobrezinha. Já não bastava o nome, ela ainda usava trancinhas e um vestido quadriculado todo dia, mesmo quando não era São João. Isso também virou motivo de chacota, principalmente no dia de réveillon. Ela era o único ponto quadriculado no meio de tantos brancos na câmera panorâmica da Tv Globo. Até Pedro Bial tirava onda da menininha.

Quando fez seus 15 anos de idade (e 10 de vítima de chacota) fugiu de casa e montou uma barraca de cachorro-quente que fez muito sucesso; tanto que virou uma rede de Fast Food. Aí ela, inteligentemente, batizou o lugar de Tréia’s Burgue. Depois disso, faliu em uma semana.

Ela notou que todo o azar e todo o agouro que a perseguia era por causa daquele maldito nome. Não importava o que ela fizesse, o nome ia de encontro a ela. Então ela resolveu que ia mudar. Sabia que o mundo girava e que o mundo é uma bola. Pintou o cabelo, se valorizou, foi pra academia, malhou, malhou e mudou o seu nome no cartório para Zefa. Desde então, Zefa nunca mais foi Tréia. E nada melhor pra eu estrear um blog, do que contando a estória da “Ex-tréia”. Uma feliz ex-tréia pra você também :D.

Lucas/Chu.

Laço.

Havia uma menina que, de tão esperta, parecia adulta. Enquanto os adolescentes ainda brigavam por amenidades, ela parecia bem alheia a tudo isso, observando os acontecimentos com olhar superficial, como se aquilo fosse pouco interessante. Tinha dificuldades, é bem claro. Muitas coisas a incomodavam, mas não eram grandes o suficiente para fazer com que ela mudasse seu modo sereno de lidar com a vida. Achava tudo muito trivial. Às vezes ia ao aniversário dos amiguinhos ou a festinhas no play, adorava. Noutras, preferia ficar em casa, sozinha, lendo alguns contos da coleção Jabuti. Como eles eram legais! Nesses dias de solidão, ela também se divertia com desenhos, pinturas. Até sentia falta dos amiguinhos da escola, mas sabia que era bom ficar algum tempo sem eles. A volta era sempre uma festa, brincavam até tarde.
A menina não cresceu. Se negou a viver o mundo adulto. Continuou doce como um punhado de balas, embora, às vezes, fosse azedinha como uma torta de limão. Ainda hoje, todos que a veem comentam sua graciosidade e não entendem como, apesar de tudo, ela não mudou. E nem deve mudar.


Tali, metaforizando uma amizade.

Computador almofadinha

Quando a gente viaja sempre quer botar na mala o paninho, o travesseirinho, a almofadinha, o ursinho, para levar um pedaço da casa com a gente, para cheirar, se aninhar e se sentir mais confortável, menos só. Mas em épocas tecnológicas, nada melhor do que levar um laptopzinho para deslocar um pouco do lar para onde quer que você vá.

Digo eu que levar todo o aparato seja melhor por ter fotos, música, jogos e filmes por perto. Outro aparelho que armazene tais informações também serve. E o melhor de tudo são esses sites onde você pode por a vida em bites e acessá-la de todo lugar.

O MSN também é uma coisa mágica. Uma caixinha intinerante – um em cada lan house ou computador alheio – onde dá para encontrar os amigos para um papo bacana, regado a ciaos-ciaos de webcam. Ter os amigos onde quer que se esteja é algo maravilhoso. Não se está mais só, completamente, com essa tecnologia.

Ou seja, hoje não é mais preciso ter um pedacinho singelo do cheirinho de sua casa, para se sentir mais no seu lar. É possível ter a rua na sua casa, ou sua casa em outro lugar do mundo. Fazer do lar qualquer lugar, com esses maravilhosos gadgets, que tornam o mundo mais igual em seu particular onde quer que se esteja.
Nina, em momentos de viagem apenas na tecnologia.

Experiência Estética

A caixa azul do meu sonho hoje guarda lembranças de um tempo que passou. Talvez a época mais feliz da minha vida, com certeza uma época extremamente feliz. Dois meses que me pareceram vários anos...
Dentro da caixa estão duas cartas, um livro, um par de chinelos, uma foto, um lenço e uma rosa. A rosa vermelha mais linda que eu já vi. Parecia de mentira quando a ganhei da pessoa que despertou em mim a paixão mais intensa que já senti em toda a minha vida permeada por paixões sempre muito intensas. Paixões sempre tristes.
Após os dois meses de extrema felicidade, dois meses de desespero. Sofrimento desconhecido por mim até então. Até que, enfim, tudo passou, todos os sentimentos. Não restou absolutamente nada daquele período que me pareceu constituído por anos além da caixa azul e o que conservei guardado nela. Uma pena.
A rosa secou, mas permaneceu inteira durante todo esse tempo. Secou como a nossa relação, que não poderia mesmo dar certo. Uma relação desequilibrada, sustentada por uma paixão que não era correspondida.
Após semanas de indiferença, voltei a abrir a caixa. Nada aconteceu. Aqueles objetos me despertaram lembranças, mas lembranças que não despertavam mais sentimento algum. Peguei a rosa e ela se desmanchou na minha mão. Choque. Uma reação inesperada logo para mim, que sempre acreditei que me conhecia muito bem. A rosa estava muito seca, prestes a se desfazer. Apesar disso, minha mente de repente se esvaziou e eu só consegui permanecer olhando para o que restou da rosa mais linda que eu já vi em minha mão. Após o choque, passaram por mim em um segundo todos os sentimentos que quatro meses de extrema felicidade e extremo desespero despertaram. Carinho, paixão, decepção, tristeza, raiva. Chorei como não chorava há muito tempo. E sem entender o motivo. Ainda não entendo.
Talvez eu não me conheça tão bem assim.

aline, algumas semanas atrás

Piscianidades

a gente sabe que ultrapassou a mera amizade quando começa a inventar as pessoas. a gente inventa chus e corações. se não no nome, no passo, na dança de aline. ou no puro charme de rachel ser nina. dá um jeito de combinar um punhado de fogo e outro de água - inventa-se até o impossível. pura criatividade de bicho mais que amigo. e de tanto inventar, acaba-se por trocar braços, pernas, mãos e pés por lucas, aline, nina e talita - não respectivamente. a gente sabe que ultrapassou a mera amizade quando, ao inventar outros, acaba se inventando mais uma vez.

yuri