terça-feira, 18 de agosto de 2009

sábado, 15 de agosto de 2009

Corpo


Sudore.
Haurir.
Zéfiro tépido.
Entalhes no âmago vertendo humor viscoso.
Odre sôfrega.
Expellere.


Tali.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Túnel


E acabou a energia.

Logo agora, em que ele iria ver todo o túnel iluminado, pelo qual ele esperava.
Várias luzes brancas, formando arcos que indicariam o caminho para ele, claro, leve e contrastante naquela noite.

Mas acabou a energia e o menino ficou ali, sem saber o porquê de estar naquele lugar.

A queda foi seguida de “oh!” espantado. Não do menino, mas dos adultos que não estavam ali pela luz, mas pelos filhos.
A escuridão durou 30 s.

Então o túnel reacendeu-se. Com luzes coloridas.
E o menino suspirou seu “oh!”, com um sorriso colorido pelas luzes do túnel novo.
E foi nele que andou, virando a cabeça para olhar não o conjunto de luzes brancas que inundaria o preto da noite, mas as nuances e desenhos de cores que havia naquele túnel de luz.
Nina

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

desisti de uma dor bem grande. primeiro tentei de tudo e houve pedra em qualquer caminho que houvesse. meu mistério é nenhum; espargiu-se no ar como a poeira que é sacudida de um tapete muito velho. eu, aliás, estou muito velho. e parei de me reconhecer. esgotei minhas lembranças e borrei meu reflexo. estou assim: esmaecido: amarelecido: outonal.

yuri

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Solfejo indelével

Gioconda aprendendo a ler partituras aos seis anos de idade. As notas ela lia, naquelas bolinhas pretas e brancas, e solfejava. Ela só aprendeu o que era solfejo décadas depois, mas nesse tempo, solfejava Ode à Alegria:
Mi mi fá sol sol fá mi mi dó dó dó ré mi mi

Réé

Mi mi fá sol sol fá mi mi dó dó ré mi ré dóó
Dóó

Ré ré mi


-

-

-
Mi
-

-

-

-
Mi
-

-
Réé

...

Sol sol mi

Mi fá sol sol fá mi mi dó dó ré mi ré



Dóó


Nina, feliz com a música.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sempre existe uma opção?

Eu sei que esse caminho que eu estou seguindo não é o melhor, Pedro. É, eu sei que fiz uma escolha, mas, na verdade, nunca existiu opção, porque eu não conseguiria agir de outra forma. Não sei se você vai conseguir entender... Você tem alguma vontade muito, muito forte? Como um desejo que faz parte do que você é? Então você não seguiria qualquer caminho, enfrentaria qualquer consequência, para seguir essa vontade? Abrir mão desse desejo implicaria em uma mudança do que eu sou. E eu não sei se estou pronta para mudar... de novo, em tão pouco tempo. Não, eu não quero que você se preocupe comigo. A fase mais difícil já passou, que foi tentar lutar contra isso. Agora eu estou consciente de que, enquanto eu não mudar, não existe opção. Eu só tenho que me acostumar, Pedro.

aline, durante o trabalho