sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Murs

Guilliana, do filme que vi ontem é uma mulher transtornada. Sofreu um acidente e desde então ela acha que vive em um plano inclinado. Talvez por isso ela ande tão próxima às paredes, para sentir menor a sensacao de que está caindo.

Em uma das cenas, ela diz que gostaria de ter próximas dela todas as pessoas que já a amaram. Como uma muralha. Giulliana queria que, caso caísse, tivesse de muro uma pessoa que já a amou.

Esse muro é falho, Giulliana. Você não sabe se o amor das pessoas ainda é o mesmo. Você não sabe se pode confiar na sua muralha.

Caso haja buraco nesse muro, é preciso que você tape os buracos. É preciso que fiquem os bons tijolos, as pessoas que a amam, e o vazio de sua muralha você preenche consigo, e dança ciranda. Porque amor nem sempre é proteção, nem sempre é sólido. E o seu muro de amor não pode conter você, você tem que estar contida nele.

Nina, que sugere ouvir também sobre muros "Le Murs", dos Vendeurs d´Enclumes (Vendedores de bigornas) http://vids.myspace.com/index.cfm?fuseaction=vids.individual&videoid=100616420

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