terça-feira, 30 de junho de 2009

Laço.

Havia uma menina que, de tão esperta, parecia adulta. Enquanto os adolescentes ainda brigavam por amenidades, ela parecia bem alheia a tudo isso, observando os acontecimentos com olhar superficial, como se aquilo fosse pouco interessante. Tinha dificuldades, é bem claro. Muitas coisas a incomodavam, mas não eram grandes o suficiente para fazer com que ela mudasse seu modo sereno de lidar com a vida. Achava tudo muito trivial. Às vezes ia ao aniversário dos amiguinhos ou a festinhas no play, adorava. Noutras, preferia ficar em casa, sozinha, lendo alguns contos da coleção Jabuti. Como eles eram legais! Nesses dias de solidão, ela também se divertia com desenhos, pinturas. Até sentia falta dos amiguinhos da escola, mas sabia que era bom ficar algum tempo sem eles. A volta era sempre uma festa, brincavam até tarde.
A menina não cresceu. Se negou a viver o mundo adulto. Continuou doce como um punhado de balas, embora, às vezes, fosse azedinha como uma torta de limão. Ainda hoje, todos que a veem comentam sua graciosidade e não entendem como, apesar de tudo, ela não mudou. E nem deve mudar.


Tali, metaforizando uma amizade.

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