terça-feira, 30 de junho de 2009

Experiência Estética

A caixa azul do meu sonho hoje guarda lembranças de um tempo que passou. Talvez a época mais feliz da minha vida, com certeza uma época extremamente feliz. Dois meses que me pareceram vários anos...
Dentro da caixa estão duas cartas, um livro, um par de chinelos, uma foto, um lenço e uma rosa. A rosa vermelha mais linda que eu já vi. Parecia de mentira quando a ganhei da pessoa que despertou em mim a paixão mais intensa que já senti em toda a minha vida permeada por paixões sempre muito intensas. Paixões sempre tristes.
Após os dois meses de extrema felicidade, dois meses de desespero. Sofrimento desconhecido por mim até então. Até que, enfim, tudo passou, todos os sentimentos. Não restou absolutamente nada daquele período que me pareceu constituído por anos além da caixa azul e o que conservei guardado nela. Uma pena.
A rosa secou, mas permaneceu inteira durante todo esse tempo. Secou como a nossa relação, que não poderia mesmo dar certo. Uma relação desequilibrada, sustentada por uma paixão que não era correspondida.
Após semanas de indiferença, voltei a abrir a caixa. Nada aconteceu. Aqueles objetos me despertaram lembranças, mas lembranças que não despertavam mais sentimento algum. Peguei a rosa e ela se desmanchou na minha mão. Choque. Uma reação inesperada logo para mim, que sempre acreditei que me conhecia muito bem. A rosa estava muito seca, prestes a se desfazer. Apesar disso, minha mente de repente se esvaziou e eu só consegui permanecer olhando para o que restou da rosa mais linda que eu já vi em minha mão. Após o choque, passaram por mim em um segundo todos os sentimentos que quatro meses de extrema felicidade e extremo desespero despertaram. Carinho, paixão, decepção, tristeza, raiva. Chorei como não chorava há muito tempo. E sem entender o motivo. Ainda não entendo.
Talvez eu não me conheça tão bem assim.

aline, algumas semanas atrás

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