quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Damas, valetes, ases e o vento.

O castelo de cartas estava imóvel (finalmente) mas ninguém podia ouvir música alto, ou bater na mesa, ou soprar forte. As janelas estavam fechadas, e nem ventando estava.

E todos com calor, e todos felizes de terem terminado aquele lindo castelo de cartas, até que alguém disse “e um pôquer?”, e olharam com rechazo, absurdo, depois de tanto tempo até conseguir aquela façanha. E o pôquer?, repetiu, mas a gente não ia se reunir para jogar pôquer?

Ele foi mais para lá, abriu sua cerveja, abriu a janela para fumar um cigarrinho. E nesse momento bateu um vento, e abanaram os braços para dizer “fecha a porra da janela!”, mas já era tarde. Passou a brisa, derrubou o castelo do pôquer. E todo mundo triste, todo o trabalho no lixo, e ele disse “beleza... Agora... vocês vão refazer, ou a gente pode jogar pôquer?” e todo mundo triste, e todo mundo no chão, mas Fulana disse “pode ser burrinho? Eu não sei jogar pôquer.”

Vá lá. Uma partida de burrinho, uma de pôquer, e mais tarde, bem ébrios, a gente reconstrói um castelo, de latas de cerveja. Que latas de cerveja são mais estáveis. E cartas de baralho, essas são mais versáteis.


Nina, de presente para Aline.

Para ouvir lendo, Suite Royale, da Maison Tellier! http://www.youtube.com/watch?v=Ih_jJ0kWmcI

Um comentário:

  1. Esse post me lembrou "O dia do Curinga", do Gaarder.

    Simpatizei bastante com o blog.

    Vai de política até queijo com goiabada e sem chover no molhado!

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