Tivesse minha máquina um grito,
Estaria o grito aqui, neste papel
A poesia é criada como havia predito,
Ensinei-lhe a imitar um menestrel
Assim, vejo o mundo mais bonito,
Mais doce do que o mais puro mel,
Pois ela grita por todo o infinito,
Sobre sentimento, fraterno ou infiel
Mas como ela não escreve, nem digita
Não pensa, não sente, só imita,
Este grito... É da máquina ou meu?
Não importa, já não mais omito,
A chave da poesia não é o grito,
Pois o sentimento... É o teu.
Este soneto foi escrito por um software, uma máquina, um algoritmo. O
texto está inerte até que o leitor o interprete e tire daí um
sentimento, emoção ou significado.
O software foi feito com um dicionário de rimas, um thesaurus e
algumas linhas de código utilizando técnicas de inteligência
artificial. Foi alimentado com dezenas de poesias famosas, buscou
formar versos aleatoriamente dentro de um tema e recebeu uma ajudinha
minha na exclusão de versos ruins e na manutenção da coerência.
Criei este programa para lembrar que o sentimento não depende tanto de
quem escreve, mas principalmente de quem lê. Fiz a tal “parada
contraditória, aleatória e dadaísta” de “gerar poesia do computador”.
Henrique Borges, postado por Nina.
domingo, 9 de janeiro de 2011
Poeta mecânico 1.1
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Parabéns, Henrique, ficou melhor que muita poesia de blog de esquina, de humanos comuns com sentimentos. Mesmo com as eventuais correções de versos ruins, o resultado é realmente impressionante. =)
ResponderExcluiraaaaahhh, agora henrique posta no devaneios? ok
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