quinta-feira, 8 de outubro de 2009

âncora prum antônio

as horas eram vagas, o dia ao meio. 'antônio antônio antônio' era só nisso que conseguia pensar o tempo inteiro. aspirou um eco que entalou na garganta. 'melhor nao falar em nó. um dia tudo se salva. tudo se selva.' era ao menos admirável saber que antônio não tinha por si completo descrédito - a falsa esperança, a boa ilusão. as horas eram tão vagas, mas o dia passava. sem restos sem rastros. uma coisa assim, um tanto de impiedade. calma. não que seja tal e qual, nem tanto. pras criaturas perdidas, uma ressalva; pras vazias, um abismo, nada, sei lá. 'queria verbalizar. não consigo. como se em mim só houvesse um eco partido. estou mudo e prolixo.' nem que batesse uma punheta pra se aliviar. antônio era onde morria a voz.

yuri

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