segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Yet we are proud we beat the Nazis?

Nessa monótona segunda feira, feriado estipulado, vim ao Twitter e me deparei com esse tweet da @alesie: caralho, que gente horrorosa .

E eu li, e comecei a rir. Porque, na verdade, eu não consigo muito bem lidar com tamanha ignorância.

Lembrei-me de uma situação onde um bairrista de barretos (que fonética!) dizia ter orgulho de ser barretense. Dizia, em uma mesa, que o nordeste era um atraso.
Estavamos eu, Julia, (uma cearense apartada de seu país e de sua região, que morava na Africa), e Orhan, um inglês de origem turca.

Tudo isso em uma comunidade internacional.

Sim, o barretense fazia sua verborragia em um inglês primário, dizendo que o nordeste era a escória e que era só esmola e que são paulo era como a Europa e que o nordeste era como a África.
Júlia disse que, para início de conversa, ele nem sabia o que era a África.
Eu e Júlia, na verdade, não conseguiamos rebater os argumentos porque eles eram tão fluorescentemente imorais que eram ridículos por si.

Orhan apenas dizia "oh my! Really?" Com o seu sarcasmo que alguns notavam. Não nosso bairrista raso.

Não vou me delongar em tal historia, mas o que eu tiro disso é que nem sempre é possível argumentar. O problema é o vácuo do bairrismo, que não deixa o que não é aceito preliminarmente entrar na mentalidade hermética de seus indivíduos.

Essa iniciativa, do link, é uma vitrine de um povo hipócrita.


O/a @vovo_panico, que reclama que o sul e sudeste terá de trabalhar mais 4 anos para manter o bolsa familia, e é seguido/a por mais de cem mil pessoas. Ídolos, ídolos, sempre atrás da :V sábia palavra, da ética, né?

Já a @mayarapetruso diz que nordestino não é gente, fazer favor é de matar um nordestino afogado. A gente não é gente. A gente nem tem alma. Será que a Mayroca estudou e ficou chocada com tal argumento usado com os escravos? ai, essas coisas retrógradas!

O @henrigpierre diz que só é feio quando a gente fala mal de Nordestino. É não, querido, é não! É feio sempre, com qualquer um. O problema é que quando se fala mal de nordestino, o negócio realmente é sério. Existem irmãos seus que de fato fazem nazismo pelas terrinhas, e isso precisa ser combatido. E a gente não se sente menor, e por isso se ofende. A gente se ofende porque quem fala, não sabe o que diz.


É mentalidade assim, pessoal, que a gente combate. Mas isso eu sei, você sabe. Com quem não sabe, a gente faz que nem o Orhan: toma um chá e diz "I know, I know. He does not know what he´s talking about. He´s ignorant, he thinks he´s seen it all, but he has not. Dont worry..."
É, Orhan. Você sabe como é, esse povo que acha que há melhores e piores, que diferencia preto de branco, sul de norte, turquia de inglaterra, não sei por que critérios.

Nina, que sabe que o mundo é grande e que tem babaca em todo lugar.
Para ouvir lendo - http://www.youtube.com/watch?v=lmSgP711jfI A irônica Arbeit Macht Frei dos Libertines:

"Her old man
He dont like blacks or queers.
-Yet he´s proud we beat the nazis?
(How queer...)"

3 comentários:

  1. E o melhor é que eu votei em Serra.
    Quer saber?
    Vou fazer outro post.

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  2. O engraçado é que minha diversão naquele tumblr foi procurar algum tweet que parecesse que veio de alguém de alta educação. Quis procurar essa contradição comum e, infelizmente, não achei. huahuahua.

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  3. alta educação é algo muito amplo aqui no brasil. a mayara é estudante de direito, e parece que vai ser processada agora (yay!) hahaha

    Nina.

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