domingo, 22 de novembro de 2009

-Nossa, é mesmo? Não me diga!


Rasgando o envelope da correspondência, lembro do que pensava ao ver a premiação dos concursos de beleza. Pobre garota rica, Triste garota alegre é a Miss Simpatia. Ela não tá ali pra ser agradável ou sorridente. Não no íntimo. Lá ela quer ser a mais bonita do país, aparecer nas capas de revista, ostentar a coroa, desfilar vestidos.
O foda é que ela nem ganhou o primeiro lugar, nem o último. Aliás, que lugar ela ocupa mesmo? Quem é você na night, querida?Por acaso alguém já viu uma miss simpatia posando pra Vogue?
Percebam o dilema. Você não tem a menor aptidão à função que almeja. É a modelo que anda caindo do salto, tem as pernas tortas e o olho caído. Mas é a Miss Simpatia.
-Ah querida, que simpática que você é! Que sorriso, que graça!
E aquela criatura lá, travando uma luta filha da mãe com seu eu-nada-lírico, tentando se adequar ao papel.



É muito pensamento e pouca paciência pra metaforizar. Nessas horas vai só o pensamento solto que, acredito, fale por si só:
Provavelmente não há nada que me incomode mais que prêmio de consolação.

[Tali sobre tentativas falhas de ME agradar]

Um comentário:

  1. Eu sempre fui profissional nisso. E é aquele negócio, tentando agradar as pessoas você nunca consegue o que quer. Ou pelo menos o que você acha que você merece. E doi.

    É por isso que é difícil relações estáveis. Achar alguém que goste de você sem as coisas todas que você precisa fazer pra que gostem de você. E poder sorrir.

    ResponderExcluir